sábado, 7 de maio de 2011

CENA 1


- Não se importa com o que pode vir a acontecer com essas pessoas? – Indagou aquela que agora detinha sua passagem.

- Inútil. – Respondeu com extrema calma.

- Como? O que é inútil? – indagou novamente levantando a voz e mostrando-se bastante confusa com a situação.

- Seu argumento.

- Por quê? Vidas humanas não lhe representam nada? – Sua postura agora se tornara mais autoritária.

O silêncio começava a tomar conta da sala. Ela esperava uma resposta enquanto ele desviando o olhar permanecia imóvel. Segundos que mais pareciam horas se passaram, e em um movimento põem-se a caminhar na direção contrária daquela que o aguardava manifestar-se. Estando a uma distância que ela julgara ser de no máximos três metros ele para.

- Sabes muito bem que ao aceitar a imortalidade eu desisti dos seres humanos.

Sua voz desprovida de qualquer sentimento fez-se lâmina no peito da jovem que agora caía de joelhos. A decisão antes tomada não poderia mais ter outra direção, ele estava decidido e agora ela deveria aceitar essa condição. Erguendo a cabeça conseguiu vê-lo passar por ela como se não fosse nada. Quase no fim do corredor a voz da garota o faz parar.

- Irei perguntar pela última vez. Você pret... – É interrompida bruscamente pelo homem que volta a encará-la.

- Última vez? – Se aproxima – Assim é melhor, antes uma tentativa de se impor do que uma cena ridícula.

- Continuando. Você pretende manter-se firme em sua escolha?

Aquele que a encarava se aproxima mais, ele parecia olhar diretamente para a alma daquela a sua frente.

- Não existe retorno após ter sido feita uma escolha. – Implacável em sua resposta continua – Uma posição deve ser sustentada até o fim, independente das circunstâncias. – Dando as costas sai novamente em direção ao corredor.

- Espere! – Um grito cheio de emoção consegue escapar – Você sabe o que isso significa não sabe? – Tinha no rosto um olhar que denunciava uma mistura de sentimentos.

Em resposta somente um olhar de desprezo por cima do ombro.

- Responda-me! Olhe para mim, não fuja. – Bradava enquanto lágrimas percorriam seu rosto.

- De agora em diante seremos inimigos mortais. Você irá caçar-me enquanto houver forças em seu corpo, irá empregar cada gota de vida em destruir a mim e aos outros de minha raça. E mesmo com suas patéticas alianças, é mais do que certo que no final você falhará miseravelmente.

Com o término das palavras põem-se a caminhar sumindo no escuro corredor, deixando para trás aquela que não consegue aceitar o que o destino os reservou.

Lord Marshall

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