quarta-feira, 11 de maio de 2011

CENA 2


Grécia – Cidade de Atenas - Santuário

O caos e o desespero tomavam conta de todo o lugar. O Santuário, lar de Atena na terra, estava em guerra. Lord Marshall o Cavaleiro de Ouro de Câncer tornara o lugar um campo de batalha, destruição por toda parte era o que se via. Seguindo as regras resolveu subir as doze casas do zodíaco, porém, frente a essa traição companheiros de confraria buscaram enfrentá-lo o quanto antes. Uma fina chuva caía sobre o Santuário manchado de sangue, três pessoas se encontravam nas dependências da Casa de Áries.

- O que está acontecendo aqui? – Se perguntava a jovem Amazona de Sagitário que estando de joelhos chorava.

- Não é óbvio garota? – Retrucava o Cavaleiro de Ouro de Peixes – Esse maldito traidor finalmente resolveu apresentar-se.

- Não deveríamos todos proteger Atena? – Grita a Amazona – Então por que isso está acontecendo?

- Você ainda é muito nova. Recebendo a sagrada armadura há pouco, realmente não teria como entender algumas coisas. – Dizendo isso fixava o olhar naquele que estava no centro do pátio. – Alguns não conseguem seguir com suas obrigações, deixam que suas ambições subam a cabeça e acabam por se perderem.

Com sua habitual vestimenta preta, o homem no centro do pátio parecia estar alheio a toda a conversa dos outros dois que o circundavam.

- Esse maldito nem se dá ao trabalho de vir a nosso encontro vestindo sua armadura, você nos subestima de mais traidor. – Bradava o Cavaleiro de Peixes. – Irei lhe mostrar a força de um verdadeiro Cavaleiro de Ouro.

O defensor da décima segunda casa partia para o ataque em alta velocidade, com o punho carregado de cosmo preparava-se para desferir o golpe naquele que ainda não havia se movimentado. Para surpresa dos dois ali presentes, o Cavaleio de Peixes passa pelo seu alvo como se ele não existisse. Apoiando-se no chão após o golpe frustrado, sua raiva só aumentava.

- Malditas ilusões. Por que não luta como um homem de verdade?

Novamente partia para o ataque e mais uma vez o resultado era o mesmo, apesar de sentir a presença de seu inimigo, um corpo físico não existia ali. Em um piscar de olhos a sombra se desfaz e volta a aparecer bem próximo do homem que o atacava.

- Com este estado de nervos deveras alterado pela morte de sua amada, tu és quem subestimas a mim, Alzhared.

Com uma voz que parecia vir de outra dimensão, aquele antes imóvel estende sua mão em direção ao peitoral da armadura de Ouro de Peixes. Uma pequena esfera de energia negra gera uma grande explosão lançando o cavaleiro de encontro a uma coluna, que faz com que esta seja destruída.

A Amazona de Ouro que apenas observa a cena, vendo seu companheiro chocar-se com força contra o solo e ficar inerte, fica ainda com mais medo. Ela não conseguia se controlar, apesar de ter se tornado uma defensora de Atena, jamais imaginaria que em uma guerra a pressão fosse tão grande. Inúmeras dúvidas surgiam em sua mente, de repente ela é chamada de volta a realidade pelo calmo caminhar daquela sombra que agora tomava a sua direção.

- Não se aproxime de mim, monstro. Suma daqui e deixe-nos em paz. – Suplicava a jovem visivelmente abalada.

Lord Marshall que havia voltado sua atenção a jovem, a tem novamente roubada por um cheiro de rosas que se espalhava pelo ambiente. Alzhared levanta-se tendo o peitoral da sagrada Armadura de Peixes trincada, sangue escorria no canto de sua boca e o que mais chamava a atenção era um sorriso em seu rosto.

- O que achas do perfume de minhas rosas? Será o último aroma que sentirá em vida. – Tendo dito isso o Cavaleiro de Peixes começa a aumentar o seu cosmo – Mas não serei piedoso, minhas rosas irão destroçá-lo.

- Atitude desesperada e inútil. – É a resposta que tivera do homem a sua frente que agora andava a seu encontro.

- Pagarás por tudo, maldito traidor. ROSAS PIRANHAS (PIRANIAN ROSE).

Milhares de rosas negras vão de encontro ao inimigo destruindo tudo em seu caminho, seus espinhos afiados como dentes das piranhas destroem parte do chão entre os dois. Lord Marshall apenas observava o ataque e em um rápido movimento ergue o braço esquerdo criando uma defesa intransponível. Todas as rosas vão sendo destruídas ao chocarem-se contra a barreira criada. O defensor do décimo segundo templo fica perplexo ao ver que seu ataque sequer arranhou a superfície da barreira criada pelo seu inimigo.

- Já havia dito, atitude desesperada de inútil. – Disse o cavaleiro da quarta casa.

- Hm. Como o esperado de alguém como você. – Enquanto falava assumia uma postura mais calma e concentrava seu cosmo. – Mas não pense que desistirei.

- O que  está ocorrendo aqui é totalmente desnecessário, Alzhared. Se preza por sua vida, não fique em meu caminho. – Ao terminar seus dizeres dava as costas .

Novamente o perfume de rosas espalhava-se pelo local. O chão próximo ao Cavaleiro de Peixes começa a ser coberto por rosas vermelhas, estas vão espalhando-se por todo o pátio, menos onde encontra-se a Amazona de Sagitário que está protegida por caules de roseira.
                                                                                              
- Sua barreira não o protejerá disso. Mesmo você não tendo a morte que eu desejei, me contento em lhe oferecer o sono eterno da morte através desse maravilhoso aroma. ROSAS DIABÓLICAS REAIS (ROYAL DEMON ROSE).

Ataque lançado utilizando rosas vermelhas, apenas um arranhão de seus espinhos ou o seu aroma já é o bastante para o veneno fluir no adversário. Essas rosas altamente venenosas fazem com que o inimigo vá perdendo lentamente seus cinco sentidos o levando a morte. Após Alzhared lançar seu ataque, além das inúmeras rosas lançadas, as que cobriam o chão lançam seus esporos na direção do inimigo. Para nova surpresa do Cavaleiro de Peixes seu inimigo permanece imovél, mas as flores ao seu redor começam a murchar e logo apodrecem.

- A morte que está ao meu redor é maior que a vida que consegues criar. Como havias notado não estou de corpo presente, portanto, o aroma das rosas de nada valem.

Pouco a pouco as rosas, antes de um vermelho vivo, vão agora apodrecendo uma a após a outra. Seu criador está perplexo e com um olhar perdido não nota o movimento do inimigo. Estando com a palma da mão direcionada a aquele que parece ter abandonado a luta, desiste de prosseguir.

- Desnecessário. – Disse abaixando a mão – Perdeste a vontade de lutar, não poderei dar-te o mesmo destino de sua amada.

- “Não consigo acreditar, meus ataques de nada valem.” – Pensava consigo mesmo – “Perdoe-me Atena, não fui forte o suficiente. Desculpe-me minha querida, não poderei vingá-la, mas em breve estarei junto a ti.”

Como todas as flores viraram cinzas, juntamente com os caules que protegiam a Amazona de Ouro, o lugar onde estavam mostrava-se agora um ambiente fúnebre. A sombra do homem que não havia sido ferido aproxima-se do Cavaleiro de Peixes.

- Serei piedoso, darei a ti o descanso eterno. Providenciarei para que seu espírito seja jogado diretamente no poço das almas na colina do Yomotsu Hirasaka.

Uma luz arroxeada surge na ponta de seu dedo indicador, e encostando o dedo na fronte de Alzhared dispara seu ataque.

- ONDAS DO INFERNO (SEIKISHIKI MEIKAI HA).

O corpo inerte do Cavaleiro de Peixes tomba ao chão. O Cavaleiro de Câncer vira-se para a jovem Amazona que não encontrando forças para lutar, ou ao menos levantar-se e correr, arrastava-se pelo chão molhado da chuva fina que não parava de cair. Ao apoiar as costas em uma pilastra caída, tudo parecia chegar ao seu fim, agora o que restava era esperar que seu algoz fosse piedoso e lhe desse uma morte rápida. A sombra que não detivera seu caminho para a alguns passos da jovem, esta não demonstrava mais ter forças nem ao menos para chorar. A pobre vítima encurralada sentia apenas um enorme desprezo vindo daquele que a encarava.

- Meninas não deveriam caminhar, onde apenas os homens devem ir.

Com essas palavras Lord Marshall dá as costas para a Amazona de Sagitário, seguindo rumo à escadaria que o levaria a Touro, deixando-a sozinha com seu sentimento de inferioridade e inutilidade.

Lord Marshall

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